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Miséria do ateísmo

Introdução

O materialismo é crença sem objecto

Todas as religiões são falsas...

Deus não pode ser demonstrado

O Livre-Arbítrio não existe...

Negação da responsabilidade...

O Homem Formiga

A Obra de Deus é imperfeita...

A Igreja opõe-se ao conhecimento...

A religião torna as pessoas piores...

Jesus Cristo não é a melhor pessoa...

O ataque

Lembrem-se que tudo é Vida - Vida - Vida dentro da Vida - o menor dentro do maior, e tudo dentro do Divino Espírito.

Edgar Poe, in Eureka

Introdução

Não nos parece oportuno digladiar argumentos contra ou a favor da existência de Deus caso a discussão tenha como propósito ilegítimo atenuar a dúvida própria à custa da anulação das certezas do outro. Que cada um guarde as suas convicções, seja qual for o respectivo suporte – factual, lógico, científico, sentimental ou espiritual. Confronte-se consigo mesmo, em plena liberdade interior, experimente a incomodidade da dúvida e a alegria da certeza, sem escamotear uma nem repudiar a outra.

Se a preocupação espiritual e a probidade intelectual forem genuínas, aparecerá ao peregrino um esquema consistente e completo, imagem legítima da Verdade que ele teve o mérito e a felicidade de atingir. A luz interior é indispensável. Se, em alguns, a iluminação ocorre por súbita revelação, na maioria a Revelação do Espírito é o resultado, discreto e sofrido, de uma singela preocupação que alimentou a reflexão continuada e a escuta atenta dos sinais.

Desejando elucidar o leitor sobre os factos e razões que nos convenceram a ser um cristão moderno, não sentimos necessidade de afrontar nem o cristão nem o não cristão. Cada um segue o caminho que a sua liberdade pessoal autoriza ou impõe. As igrejas católicas e ortodoxas são belíssimos locais de fé nos quais, ao longo de dois milénios, se manteve acesa (por milagre?) a chama de uma espiritualidade elaborada e sentida.

Por questão de higiene mental, não pode evitar-se a penosa tarefa de demonstrar, perante o leitor, a pobreza e má fé do argumentário ateu, hoje prevalente.  As linhas que aqui oferecemos não constituem reclame nem aliciamento, muito menos apreciação desonesta de convicções alheias.

Compreender para crer

O bem-estar da alma não depende de artificiosos e frágeis maravilhamentos. Depende da verdade. A verdade é uma imagem verídica e funcional de algo que se oculta como Todo mas se manifesta pelas suas partes. Singela como é, a verdade suscita a possibilidade do milagre. Milagre que, extraordinário nos seus efeitos, se aceitará como manifestação natural e corrente da misericórdia, discreta mas constantemente atenta, de Deus.

A vivência religiosa não é mais do que – estando, trabalhando, convivendo– manter contacto efectivo com Deus e, mais geralmente, com o mundo espiritual por Ele também criado, obtendo desse contacto efeitos substanciais. Chamámos-lhe cristianismo moderno, não por oposição ao antigo cristianismo, mas por contraste com o cristianismo corrente.

Um cristianismo moderno não se contenta em aguardar que a fé se estabeleça em resultado da mera doutrinação. A doutrinação funda-se no hábito, é base insegura e limitada da fé. Apenas pode obter a crença quando não é a crença que almejamos mas a fé. Logo que uma liberdade mais ampla permite espreitar outras possibilidades, a crença é abalada e a possibilidade da fé fica perdida. O mundo actual abre para uma diversidade de vivências que torna inevitável a curiosidade e a dúvida. Como compreender de outro modo que tantos, tendo sido educados em meio cristão, anunciem, na meia idade, que se converteram? Foi porque, perdendo a crença da juventude, encontraram a fé após terem feito a sua caminhada de peregrinos.

A doutrinação, fechando o pensamento, impede que a fé manifeste os seus infindos horizontes. A fé por doutrinação é uma fé que paralisou à nascença. Mesmo assim, uma fé paralítica foi, durante séculos, preferível à sua ausência. A ausência da fé condena a alma ao silêncio e solta os cães do desespero.

Se o mundo actual é mais aberto do que o mundo anterior, promovendo a insegurança das crenças, também oferece a possibilidade de sustentar-se a fé em evidências mais seguras e diversas. Fundava-se a fé no milagre, na revelação dos santos, na palavra das escrituras, na opinião dos Doutores da Igreja supostamente inspirada pelo Espírito Santo. Não fosse o coração das gentes, a fé seria coisa pouca. Hoje, a Ciência e a revelação espírita, no quadro de uma vivência quotidiana mais sofisticada e livre, acrescentam-se aos antigos fundamentos e permitem erguer um quadro mais completo e consistente da relação entre mundo material e mundo espiritual. Afinal, também a religião pode beneficiar do progresso geral.

Um novo enquadramento da fé esclarece os atributos de Deus, acolhe o milagre, exige a intervenção divina na odisseia da vida, desvenda o mecanismo da consciência e a acção do livre-arbítrio, explica a origem e o destino das almas, ilumina o significado da Santíssima Trindade e confirma o prodigioso alcance simbólico do cristianismo.

O materialismo é crença sem objecto

Os prosélitos do racionalismo, os auto-denominados livres pensadores, estiveram à defesa durante séculos. De facto, o repúdio do materialismo é instintivo e unânime. A atitude materialista suscita antipatia e desconfiança. Entretanto, desde há mais de duzentos anos, fortalecidos por um movimento conjunto, passaram ao ataque. As suas vitórias não são definitivas, pertencem tão só ao domínio da política, não conseguiram desmoralizar inteiramente os crentes. O comunismo proibiu o culto ao longo de setenta anos mas, quando caiu, o culto voltou.

O livre pensamento materialista, passada a novidade, exibiu a sua vulgaridade, a fraqueza dos lugares-comuns, incapaz de penetrar um milímetro os mistérios da existência. Os cristãos não incorrem em sectarismo ou importunidade se combaterem, como é seu dever, a propaganda do ateísmo, denunciando contradições e sofismas, contrariando que se lisonjeie a mediocridade sob o verniz do progresso e se promova o engano sob a aparência de senso comum.

Tomando para si os méritos da civilização industrial, como se fosse obra sua, os materialistas, numa exultação infantil, permitiram-se uma imprudência intelectual que os teria exposto a monumental ridículo não fosse dominarem o mundo académico e a edição em papel; não fosse, também, a indiferença dos elementos mais capazes da sociedade, absorvidos em exigentes e aliciantes actividades profissionais; não fosse a paralisia de muito clero, atingido pelo medo, pela descrença, pela corrupção.

Os materialistas imaginam-se mais corajosos e livres que os crentes. Ufanam-se de estar livres das superstições próprias dos primitivos, os quais, sujeitos à lei da selva ou à escravatura, teriam o medo por constante companhia.

Um aclamado membro da Elite Intocável, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1950, publicou o ensaio Porque Não Sou Cristão. Finda a sua leitura, já lá vão muito anos – a tradução do livrinho foi publicada, em Portugal, ainda no tempo do Estado Novo -- ficou-nos a ideia de que, contrariando a intenção do tal autor, seria mais inteligente ser-se cristão do que ateu. Não porque discordássemos inteiramente do conteúdo do panfleto mas porque logo nos pareceu que uma questão de tal monta fora abordada com imprópria ligeireza e evidente má fé. Por detrás da candura do título escondia-se a intenção de influenciar outros para que abandonassem a fé dos antepassados.

Aquele, era um texto de propaganda, não acrescentava nada de novo a outras obras em defesa do ateísmo nem nada que merecesse cuidado exame no plano da filosofia. Na sua brutalidade, o ateísmo é filosoficamente indefensável. Atrevidamente petulante, condescendente no seu primarismo, boçal na ironia, o ensaio de Bertrand Russel (a seguir indicado por BR) destinava-se a inibir ou a embotar a sensibilidade espiritual do leitor, a fazê-lo engrossar a horda uniforme e robotizada. Precisamente o tipo de mentalidade que a religião teria fomentado, segundo a acusação daquele autor.

BR afirma e tenta argumentar que Deus não existe; se Deus existisse, não seria perfeito; as igrejas, em particular a católica, opõem-se ao progresso da sociedade e do conhecimento; a religião torna as pessoas piores; Jesus Cristo, tendo existido, não teria sido a melhor pessoa; a humanidade, ao libertar-se do peso da religião, avança para um futuro mais luminoso e feliz.

Todas as religiões são falsas...

Considero todas as grandes religiões do mundo – budismo, cristianismo, islamismo e comunismo – não só falsas, como prejudiciais. É evidente, como questão de lógica, que, já que elas diferem entre si, apenas uma delas poderia ser verdadeira.

BR sugere, habilidosamente, que se das quatro aludidas religiões só uma pode ser verdadeira, então, três são, com certeza, falsas. Sendo assim, a probabilidade, a priori, de que qualquer uma delas, em particular o cristianismo, seja verdadeira é, no máximo, 1/4. Note-se: considerando não quatro mas dez religiões em plano de equivalência, aquela probabilidade baixaria, a priori, para 1/10. Aumentando o número de religiões em consideração, diminui a probabilidade a priori de uma delas ser verdadeira. Mas permanece intacta, aumenta até, a probabilidade de uma qualquer delas ser verdadeira. Para provar a falsidade de todas as religiões, ele teria de provar a falsidade de cada uma, uma a uma. BR ganha querendo presumir a falsidade de uma. Mas perde ao ter de provar a falsidade de todas, uma a uma. Celebrado autor no campo da Lógica Matemática, BR dá, logo de entrada, um momentoso trambolhão lógico. Claro que BR tem em vista o cristianismo. É a falsidade do cristianismo que lhe interessa demonstrar.

BR ignora que uma religião não é verdadeira ou falsa. Uma religião pretende traduzir a verdade transcendente de modo a que esta seja facilmente entendida ou, pelo menos, aceite pelos seus adeptos. É a clareza e propriedade desse tradução que, de boa fé, os teólogos investigam e discutem. BR não parece interessar-se por Teologia. O seu propósito é a demolição do Cristianismo.

Deus não pode ser demonstrado...

BR afirma que a Igreja, confrontada com a derrota dos argumentos racionais, recuou proclamando que a existência de Deus pode ser provada sem ajuda da razão. Ora, proclamar que a existência de Deus pode ser provada sem ajuda da razão não é desistir dos argumentos racionais. É acrescentar-lhes a prova dos factos.

Os factos são a revelação e o milagre. É claro que a revelação é facto individual, não pode ser reproduzida, à vontade, em laboratório. Porém, mesmo quem nunca entrou num laboratório de Física pode confiar, se quiser, na veracidade do que o Físico expõe. É assim que o cristão decide confiar na revelação que terá iluminado os santos e que, diariamente, ilumina muitas outras pessoas. Quanto ao milagre, tanto tem sido privado (as curas, por exemplo) como público (aparições ineludíveis). Contudo, pode sempre cair-se num impasse. Quem crê vê até o que não existe e quem não crê nem sequer vê o que existe. Como veremos mais tarde, os argumentos racionais continuam a não faltar.

Entretanto, BR contesta o argumento da Causa Primeira...

Se tudo tem de ter uma causa, então Deus deve ter uma causa. Se pode haver alguma coisa sem uma causa, pode muito bem ser tanto o mundo como Deus, de modo que não pode haver validade alguma em tal argumento.

Não é “tudo tem de ter uma causa.” São os factos do mundo puramente  material que têm de ter uma causa material. De facto, o mundo material parece regido por relações causais sequenciadas pelo tempo. Recuando à causa primeira, encontramos uma limitação no mundo material. Essa limitação sugere que o mundo não está completo sem uma grande excepção: um Criador não criado de natureza não material.

BR explora ainda um argumento próximo do da Causa Primeira. O da suposta vinculação de Deus a si mesmo ou a algo a que ele próprio deve obedecer:

Se havia uma razão para as leis ministradas por Deus, então o próprio Deus estava sujeito à lei e, por conseguinte, não há nenhuma vantagem em se apresentar Deus como intermediário. Temos aí uma lei exterior e anterior aos éditos divinos, e Deus não serve então ao nosso propósito, pois que ele não é o legislador supremo.

O argumento distingue Deus e as razões de Deus. O argumento é falacioso. Deus é as suas razões. Tal como um quadrado é um quadrado apenas e quando tem os quatro lados e os quatro ângulos iguais, as razões de Deus fazem parte da essência de Deus. Deus não pode ser de outro modo tal como um quadrado não pode deixar de o ser para ser. Tal como o quadrado, Deus não é decretado nem comandado, por si mesmo ou por outrem. Simplesmente, É.

O livre-arbítrio não existe...

O argumento do Livre-Arbítrio é o argumento essencial da existência de Deus ou, pelo menos, de um reino espiritual, eventualmente criado, corporizado e dirigido por Deus. Este argumento, ao contrário do argumento da Causa Primeira, não envolve especulação lógica pois que o livre-arbítrio é uma evidência generalizada em contradição com outra evidência generalizada, a do determinismo material.

BR acha que, estando o mundo físico sujeito a um absoluto determinismo, não vemos, dos outros, mais que o movimento do corpo estando oculta uma eventual região de pensamento puro em que a vontade fosse livre… a qual não poderia ser jamais passível de comunicação e que, por tal, não poderia ter jamais qualquer importância social. Não ocorre ao ilustre candidato a filósofo que o Livre-Arbítrio é uma faculdade que cada um pode experimentar em si mesmo, a cada instante, sendo de imediata presunção que o nosso semelhante, da mesma forma, a exerce.

Como é de esperar, a negação de uma faculdade tão evidente e de raiz tão evidentemente espiritual não deixa de perturbar o mais empedernido materialista, perturbação que se manifesta no espantoso absurdo da argumentação seguinte:

Os materialistas valeram-se das leis da Física para demonstrar, ou tentar demonstrar, que os movimentos dos corpos humanos são determinados mecanicamente e que, por conseguinte, tudo o que dizemos e toda a mudança de posição que efectuamos se acham fora da esfera de qualquer possível livre arbítrio. Se assim é, o que quer que possa sobrar para as nossas livres volições é de pouco valor (...) Se, quando um homem escreve um poema ou comete um assassínio, os movimentos corporais envolvidos no seu acto resultam unicamente de causas físicas, pareceria absurdo erguer-lhe, num caso, uma estátua e enforcá-lo no outro. (...) A questão do livre-arbítrio, por conseguinte, permanece exactamente no mesmo pé em que estava. Pense-se o que se quiser a respeito dela como questão de metafísica fundamental, o que é bastante claro é que ninguém acredita nela na prática.

Realmente. É a moral materialista em pleno: equiparar o criminoso e o inofensivo poeta!

Negação da responsabilidade...

BR equipara o ser humano a uma mera máquina a qual, não funcionando bem, pode ser consertada. Um criminoso é apenas um homem de bem que funciona mal. De facto, a irresponsabilização do humano, a sua depreciação até ao nível da inércia mecânica é o caminho para a servidão mais absoluta. Deixar-se-à de punir para reeducar, eis a lenga-lenga do marxismo cultural. O sistema que os regimes totalitários prometem adoptar. As avarias só ocorrem por erro do mecânico – pai, professor ou líder político.

Ninguém diz: “Você é um automóvel mau; não lhe darei mais gasolina enquanto não funcionar.” Procurará descobrir qual a falha e consertá-la. Uma maneira análoga de tratar as criaturas humanas é, no entanto, considerada contrária às verdades da nossa santa religião. E isso aplica-se até mesmo ao tratamento de criancinhas. Muitas crianças têm maus hábitos que se tornam permanentes devido ao castigo, mas que, provavelmente, se dissipariam se não lhes chamássemos a atenção.

A ligeireza de BR continua a espantar. Recomendou a oficina mas, perante a irregularidade do automóvel, sugere agora que se continue a viagem como se nada fosse. Mais adiante, BR, num acesso de proselitismo ateísta, não hesita em contradizer-se. A liberdade, negada como faculdade comum, é exaltada como atributo excepcional.

Toda a concepção de Deus é uma concepção derivada dos antigos despotismos orientais. É uma concepção inteiramente indigna de homens livres.

O Homem Formiga...

Se o cristianismo é verdadeiro, as criaturas humanas não são os vermes insignificantes que parecem ser; interessam ao Criador do universo, o qual se dá ao trabalho de ficar satisfeito quando elas procedem bem e de mostrar-se aborrecido quando procedem mal. Isto constitui um grande cumprimento. Nós não pensaríamos em estudar um formigueiro para ver quais das formigas cumpriram o seu dever na formação do mesmo, nem nos ocorreria nunca a ideia de apanhar as formigas negligentes e lançá-las a uma fogueira.

A recusa da existência de Deus favorece a concepção do humano como mera formiga, insignificante, anónima, desinteressante. É assim que os pequenos ególatras aspirantes a Deus -- deuses da política e da finança ou egotistas da vida comum – tendem a encarar o outro. Homem máquina e homem formiga eis o que oferece uma sociedade sem Deus.

Segundo BR, a existência de Deus lisonjeia o humano. De facto, não o lisonjeia. Promove-o, confere-lhe dignidade. Qualquer acto conta, no formigueiro de Deus. De formiga, sob o olhar displicente de um pequeno deus chamado Russel, Hitler, Estaline ou outro títere qualquer do projecto satânico, essencialmente indiferente mas brutal, o humano ascende à categoria de filho de Deus, senhor e responsável dos seus actos mas, ainda assim, protegido pela misericórdia do Pai.

A obra de Deus é imperfeita...

BR estranha que, num mundo supostamente criado por um deus perfeito, se manifeste tanta injustiça e sofrimento:

Para que haja justiça no universo, como um todo, temos de supor a existência de uma vida futura para reparar a vida aqui na Terra. Assim, dizem que deve haver um Deus, e que deve haver céu e inferno, a fim de que, no fim, possa haver justiça. Argumentação que se me afigura estranha. Se eu fosse gerar uma criança sabendo que essa criança iria ser um homicida maníaco, eu seria responsável pelos seus crimes. Se Deus sabia de antemão os pecados de que cada homem seria culpado, Ele foi responsável por todas as consequências de tais pecados, ao resolver criar o homem. (...) É sumamente surpreendente que as pessoas possam acreditar que este mundo, com todas as coisas que nele existem, com todos os seus defeitos, deva ser o melhor mundo que a omnipotência e a omnisciência tenham podido produzir em milhões de anos.

O autor não atinge que, tendo o humano sido criado à imagem e semelhança do Criador, é absolutamente livre. Não com a liberdade excepcional e épica reservada aos génios do pensamento (como BR se julgará) nem com a liberdade condicional concedida por um qualquer despotismo, mas uma liberdade inata, permanente, incondicional, perfeita. Inferno e Céu constituem alegorias de instâncias, tão reais, tão legítimas quanto o plano material, onde as almas, despidas de ilusões e disfarces, são confrontadas com os seus actos a fim de os repararem ou potenciarem.

BR deprecia o mundo tal como tem sido mas alimenta a esperança de que venha a ser melhor logo que o humano abandone a ideia de Deus:

(O Homem) necessita de esperança para o futuro e não de passar o tempo todo voltado para trás, para um passado morto, que, assim confiamos, será ultrapassado de muito pelo futuro que a nossa inteligência pode criar.

O que esse hipotético Deus não conseguiu em milhões de anos, conseguirão as mentes esclarecidas, a Ciência, em poucos séculos. A infantilidade é evidente. É como um jovem que herda uma fortuna, compra um iate e afirma que o seu pai nunca conseguiu ter um. Como todo o jovem insensato, ele culpa o pai e ignora os defeitos próprios. O escritor panfletário acusa a Religião mas percebe-se que o seu alvo de eleição é o cristianismo, que a alusão inicial ao comunismo, como religião, foi passageira.

É possível que a humanidade se ache no limiar de uma idade de ouro; mas, se assim é, será primeiro necessário matar o dragão que monta guarda à porta – e esse dragão é a religião.

A idade de ouro em que parte da humanidade realmente vive não se deve à boa vontade dos ateus mas, exclusivamente, aos avanços técnicos acumulados pela engenharia e pelas ciências físicas e ao seu desenvolvimento num contexto de livre mercado. Tais avanços são, à partida, espiritualmente neutros. Porém, onde regimes políticos de matriz ateia se implantaram, o empobrecimento material, o desprezo pela formiga humana e a mais insana crueldade têm sido regra e lei.

A Igreja opõe-se ao conhecimento...

O mito de que a Igreja se opõem ao conhecimento é próprio do filho displicente e ingrato. Se BR pôde saltitar de cátedra em cátedra foi porque, na longínqua Idade Média, a iniciativa monástica esteve na origem da Universidade.

A concepção da Igreja quanto à virtude é, sob vários aspectos, socialmente indesejável: em primeiro lugar e, antes de mais nada, por menosprezar a inteligência e a ciência. Este defeito é herdado dos Evangelhos. Cristo diz que devemos ser como as criancinhas, mas as criancinhas não podem compreender o cálculo.

O escárnio é especialmente malevolente e impróprio… Ser como as criancinhas em inocência e naturalidade, ainda não instruídas na mentira e na manha. Jesus Cristo não desdenhou o conhecimento: Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas (Lucas).

O que BR escreve de seguida continua a ter o valor da propaganda. É nesse quadro de manipulação da História que adquire importância anotar os seus argumentos:

A Igreja opôs-se a Galileu e a Darwin; nos nossos dias, opõe-se a Freud. Na época de seu maior poder, foi ainda mais longe na sua oposição à vida intelectual. O Papa Gregório, o Grande, escreveu a um certo bispo uma carta que começava assim: “Chegou ao nosso conhecimento uma informação a que não nos podemos referir sem corar: a de que ensinas a gramática a certos amigos”. O bispo foi obrigado pela autoridade pontifícia a desistir desse pecaminoso trabalho, e a Latinidade não se refez até a Renascença.

BR bem poderia ter escolhido outro papa para protagonizar a anedota. Gregório Magno viveu no século VI e foi um prolífico autor. Até o reformador protestante João Calvino admirava Gregório e declarou que ele teria sido o último bom Papa. Pelo texto citado se percebe que o problema não estaria na gramática ensinada mas nos amigos… A referência à Renascença como época redentora de uma Idade Média de escuridão, encontra-se absolutamente desacreditada pelos melhores historiadores estudiosos dessa Idade Média, época de progresso do qual o mundo renascentismo foi mero usufrutuário.

A Igreja não se opôs a Galileu. Reconheceu efusivamente o seu mérito de cientista. Galileu foi várias vezes recebido pelos papas da época e por eles distinguido.

No final de 1610, o padre Cristóvão Clavius escrevia a Galileu informando-o de que os seus colegas astrónomos jesuítas confirmaram as descobertas que ele tinha feito através do telescópio. Quando, no ano seguinte, foi a Roma, Galileu foi recebido com enorme entusiasmo, quer por figuras religiosas, quer por figuras seculares, tendo escrito a uma amigo: "Fui recebido com favor por muitos cardeais, prelados e ilustres príncipes desta cidade." (Wikipedia, Abril de 2019)

Rivalidades do meio académico, como as há hoje, determinaram os aborrecimentos que encontrou. A simples pena de confinamento a que a Inquisição o sujeitou foi cumprida no palácio de um poderoso amigo e, por fim, na sua própria casa. Mesmo assim, a propaganda anti-clerical conseguiu transformar um fait-divers em tragédia épica.

Também a alegação de que a Igreja se opôs a Darwin é falaciosa. Os pais da Igreja Cristã Primitiva e os eruditos medievais europeus já interpretavam a narrativa da Criação no Génesis como alegoria, não como relato histórico literal. Foi a Reforma Protestante que se ateve à interpretação literal da Bíblia de modo que o debate aceso entre “evolucionistas” e “criacionistas” se circunscreveu à Inglaterra. Tendo os “evolucionistas” erigido a teoria em filosofia universal, eles próprios contribuíram para suscitar a polémica.

As primeiras concepções sobre a evolução das espécies biológicas vieram de um crente, Jean-Baptiste Lamarck, no século XVIII. As leis da hereditariedade -- enunciadas a partir de segura base experimental – vieram do monge agostiniano austríaco, Gregor Mendel. Por quase um século, o papado não se pronunciou sobre a teoria de Darwin. Na encíclica Humani Generis, 1950, o Papa Pio XII confirmou que não há conflito intrínseco entre cristianismo e teoria da evolução desde que os cristãos acreditem que a Alma individual é uma criação directa de Deus e não o produto de forças puramente materiais. A questão da intervenção divina no surgimento da Vida e na evolução das suas formas permanece. Tanto mais premente quanto a Ciência vai revelando a incrível complexidade subjacente à existência e reprodução dos seres vivos.

Para BR, a Igreja não só se opõe ao conhecimento científico como lhe é indiferente o conhecimento prático.

… cálculo diferencial, os princípios monetários ou os métodos modernos de combate às enfermidades… Adquirir tais conhecimentos não faz partir de nosso dever, segundo a Igreja.

A obra prática da Igreja é imensa. São Bento é o patrono da Europa (em particular, da Alemanha). As ordens religiosas, Beneditinos, Cistercienses, Jesuítas, etc. animaram e ainda inspiram a Europa profunda, indissociável das grandes obras materiais, como as espantosas catedrais, e de infindas conquistas civilizacionais que foram valorizando a vida prática, da agricultura às obras sociais, e servindo de contexto à instalação, em liberdade e em paz, do empreendimento industrial e comercial.

Pode perguntar-se porque razão a ordem dos Jesuítas, criada no século XVI por Inácio de Loyola para promover e difundir o Conhecimento, tanto espiritual como laico, foi atacada e, finalmente, banida em 1767 pelos Estados europeus, excepto na Rússia e na Prússia, contra a vontade do Papa. É o auge do chamado Iluminismo, da arremetida maçónica para corromper definitivamente as monarquias antes de as destruir ou subjugar. Não debate intelectual ou moral entre iluminismo e obscurantismo, nenhuma destas entidades é real. uma manobra de propaganda e subversão política. Há uma poderosa entidade que pretende conquistar o mundo. A entidade que faz escrever BR, já em meados do século XX.

A religião torna as pessoas piores...

Não creio que haja um único santo em todo o calendário cuja santidade seja devida a uma obra de utilidade pública. Com essa separação entre a pessoa moral e a pessoa social, verificou-se uma crescente separação entre a alma e o corpo...

O que será, para BR, uma obra de utilidade pública? São José era carpinteiro, não era ministro de coisa alguma. Nos conventos não se limitavam a rezar; desde os Beneditinos aos referidos Jesuítas, o propósito era a intervenção construtiva nas coisas do mundo, seja pela criação de valor material seja pela caridade.

O sucesso dos jesuítas na conversão dos povos indígenas (da América do Sul) está ligado aos seus esforços para entender as culturas nativas, desde logo, as suas línguas. A primeira gramática da Língua Tupi foi compilada por José de Anchieta e impressa em Coimbra, em 1595. Os jesuítas procuraram reunir os indígenas em comunidades (as Reduções Jesuítas) onde trabalhavam e eram evangelizados (...) Os jesuítas tiveram frequentes disputas com os colonos já que se opunham resolutamente à escravatura

Mas BR insiste, com a má-fé habitual, que a Igreja se opôs à abolição da escravatura. E incomoda-o que a Igreja se oponha ao socialismo.

As Igrejas, como todos sabem, opuseram-se, enquanto ousaram fazê-lo, à abolição da escravidão e, salvo algumas poucas excepções bastante anunciadas, opõem-se, no presente, a todos os movimentos que têm por objectivo a justiça económica. O Papa condenou oficialmente o socialismo.

Eis o que Paulo escreve com grande beleza (Coríntios 7:21–7:22) dirigindo-se directamente a cada escravo:

“ És chamado escravo? Não te preocupes com isso. Mas se puderes ganhar a tua liberdade, aproveita. Segue um princípio mais amplo: Quem é chamado escravo, é livre no Senhor, assim como quem era livre, quando chamado, se torna escravo em Cristo.”

Que o Papa tenha condenado o socialismo não é de surpreender dada a natureza desumana desse sistema. É natural que BR, um socialista, o lamente enquanto ignora a existência da Doutrina Social da Igreja exposta na Rerum Novarum de Leão XIII, 1891. Entretanto, a actividade política é expressamente proibida aos membros do clero, excepto em situações de urgência, e confiada aos leigos.

Se a Religião torna os homens piores, a Igreja será o ápice da maldade:

Dizem-nos, com frequência, que é muito mau atacar-se a religião pois que a religião toma os homens virtuosos… Nas chamadas idades da fé, quando os homens realmente acreditavam na religião cristã em toda a sua inteireza, houve a Inquisição, com as suas torturas; houve milhares de infelizes mulheres queimadas como feiticeiras, e houve toda a espécie de crueldade praticada sobre toda a espécie de gente em nome da religião.

Qualquer pretexto ou circunstância serve para a prática do mal. A Igreja, tanto a Católica quanto a Protestante, instituições humanas, cometeram crimes odiosos. Em nome do islamismo se cometem, ainda hoje, as piores atrocidades. O século XX, certamente um século onde as Igrejas tiveram muito pouca influência na condução da vida pública, o século da secularidade, seja no Ocidente ou no Oriente, registou perseguições, massacres, guerras, com uma frequência e a uma escala nunca vistas. BR, habilidosamente, classifica o comunismo como religião. Podemos, também, falar da religião do futebol para explicar as desordens promovidas pelas claques dos clubes. É um abuso do termo e, em BR, abuso desonesto pois ele não pretende criticar o comunismo nem outra suposta religião. O cristianismo é o seu alvo.

Jesus Cristo não é a melhor pessoa...

BR serve-se de passagens dos Evangelhos para ilustrar a debilidade moral de Jesus, a sua falibilidade demasiado humana:

“Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação ao inferno?”. Isso foi dito a gente que não gostava dos seus ensinamentos. Esse não é, realmente, na minha opinião, o melhor tom... “Quem falar contra o Espírito Santo não será perdoado, nem neste século nem no futuro.” Este texto causou indizível infelicidade no mundo, pois que toda a espécie de criatura imaginava haver pecado contra o Espírito Santo e achava que não seria perdoada nem neste mundo, nem no outro. Não me parece, realmente, que uma pessoa dotada de um grau adequado de bondade na sua natureza teria posto no mundo receios e terrores dessa espécie.

Aquilo não foi dito a quem não gostava dos seus ensinamentos mas a quem era intelectualmente desonesto, aos hipócritas. Quanto ao Espírito Santo, Jesus pronunciou uma verdade crua. Mas o sentido profundo dessa verdade está para além da compreensão de quem, como BR, não se interessa por Teologia ou Metafísica. O Inferno é um estado da Alma, uma mágoa profunda e prolongada. O Tratado do Purgatório, de Santa Catalina de Génova, veremos mais tarde, elucida a natureza desse inferno ou purgatório que tanto incomoda BR.

Quando BR reconhece alguma sabedoria ou virtude em Jesus, banaliza-a ou renuncia a perceber o sentido mais profundo das palavras em que tal sabedoria é enunciada.

Lembrar-vos-eis que Ele disse: “Não resistais ao mau, mas, se alguém te ferir em tua face direita, apresenta-lhe também a outra”. Isto não era um preceito novo nem um princípio novo. Foi usado por Lao-Tse e por Buda cerca de quinhentos ou seiscentos anos antes de Cristo, mas não é um princípio que, na verdade, os cristãos aceitem...“queres ser perfeito, vai, vende o que tens, e dá-o aos pobres”. Eis aí uma máxima excelente, mas, como digo, não é muito praticada.

Dar a outra face significa que se persiste, que corajosamente se não renuncia ao que está certo, não sugere qualquer atitude de cobardia ou de masoquismo. A prática de dar aos pobres não é muito praticada, é verdade. O socialista sempre distribui o que não é seu. De qualquer modo, abandonar todos os bens para O seguir não significa abdicação logística inconsequente mas reconhecer que os bens materiais nada valem por si mesmos.

Há, por exemplo, a expulsão dos demónios de Gerasa, onde, certamente, não foi muito bondoso para com os porcos, fazendo com que os demónios neles entrassem e se precipitassem no mar pelo despenhadeiro.

Apenas uma anedota, um modo alegórico de lembrar a onde nos conduzem certas influências espirituais. Por outro lado, os porcos assinalam que Jesus estava fora da sua região (os judeus não criam porcos). Assim, a cena traduz, também, a vocação universal do cristianismo.

O episódio em que Jesus maldiz a figueira – para lembrar que a árvore se conhece pelos frutos e os frutos se adivinham pelas flores -- é referido por BR com a mesma má-fé no intuito de apresentar o Mestre a uma luz tão desfavorável quanto possível.

Jesus é acusado de manifestar pouco apreço pelos laços familiares:

A Igreja trata a Mãe de Cristo com reverência, mas Ele Próprio pouco revelou dessa atitude. “Mulher, que tenho eu contigo?”... Também diz que Ele veio “separar o filho do seu pai, e a filha da sua mãe, e a nora da sua sogra” que aquele que ama o pai ou a mãe mais do que a Ele não é digno d’Ele”... Tudo isso significa uma ruptura no laço biológico da família a bem da fé – uma atitude que muito teve que ver com a intolerância que surgiu no mundo com a expansão do cristianismo.

Jesus não aconselha nenhuma ruptura, lembra que a relação com Deus é uma relação directa, intransigente e radical. O cristianismo começa com uma família (José, Maria e o Menino). A preocupação do socialista BR com a família soa a cruel e hipócrita ironia.

O ataque

Constatareis, se lançardes um olhar pelo mundo, que cada pequenino progresso verificado nos sentimentos humanos, cada melhoria no direito penal, cada passo no sentido da diminuição da guerra, cada passo no sentido de um melhor tratamento das raças de cor, e que toda a diminuição da escravidão, todo o progresso moral havido no mundo, foram coisas combatidas sistematicamente pelas Igrejas estabelecidas do mundo. Digo, com toda convicção, que a religião cristã, tal como se acha organizada nas suas Igrejas, foi e ainda é a principal inimiga do progresso no mundo (...) Neste mundo, podemos agora começar a compreender um pouco as coisas e a dominá-las com a ajuda da ciência, que abriu caminho, passo a passo, contra a religião cristã, contra as igrejas e contra todos os antigos preceitos. A ciência pode ajudar-nos a superar esse medo pusilânime em que a humanidade viveu durante tantas gerações. A ciência pode ensinar-nos, e penso que também os nossos corações podem fazê-lo, a não mais procurar apoios imaginários, a não mais inventar aliados no céu, mas a contar antes com os nossos próprios esforços aqui em baixo para tornar este mundo um lugar adequado para se viver, ao invés da espécie de lugar a que as igrejas, durante todos estes séculos, o converteram.

Sabemos já qual a primeira estação dessa arrogância “científica”. A tirania burocrática, a omnipresença de um Estado supostamente esclarecido e iluminado, o novo deus, utopias inconsequentes com resultados desastrosos. Um resultado mais subtil dessa suposta suficiência humana é a imprudência, a ocorrência de acidentes materiais e morais que se evitariam caso o humano reconhecesse a eventual fragilidade dos seus projectos. Pode dizer-se que a negação de Deus conduz ao desamparo. Deus, cioso da nossa liberdade, afasta-se, quando não é chamado.

BR julga que, com um plano educacional adequado e reformas económicas e sociais, o mundo se tornará um local aceitável. Para BR, a Religião não só se encontra na eminência de ser erradicada da sociedade como, em si, é já uma sombra do que foi:

Nos dias em que a religião ainda se mostrava triunfante, a palavra “Deus” tinha um sentido perfeitamente definido; mas, em consequência das arremetidas dos racionalistas, a palavra tomou-se cada vez mais vaga até ficar difícil saber-se o que as pessoas querem dizer quando afirmam que acreditam em Deus. A debilitação gradual da doutrina cristã verificou-se apesar da mais vigorosa resistência, e isso apenas como resultado das arremetidas de livre-pensadores.

Pois aí terá razão. Infelizmente, a resistência não tem sido vigorosa mas envergonhada.

A verdade é que a pessoa sensata desconfia da ajuda de outros homens. Sabe que tal ajuda é paga com juros tão elevados que a ajuda se converte em prejuízo. Quanto à inspiração que possa receber-se desse laicismo cinzento, há muito que a pessoa comum lhe voltou costas, nauseada. As pessoas  continuam, hoje como há mil anos, a intuir que, sem a presença do Espírito Santo, o homem nada pode do que quer. As pessoas já não esperam muito dessa multidão de cientistas prepotentes e de peritos ineptos que tanto entusiasmam BR. Em vão se propaga essa reverência infantil dos altissonantes filósofos, dos Nietzsches, dos artistas, músicos, escritores e poetas. As pessoas maduras preferem contar consigo mesmas, continuar a contar com a misericórdia divina, para si e para os seus, com essa ajuda delicada ou milagrosa, sempre discreta mas incondicional, sempre solicitada e nunca imposta.

Pode acontecer que as pessoas, menos expostas ao formalismo litúrgico, efectivamente mais livres, estejam a adquirir uma ideia de Deus mais perfeita. E pode acontecer que a própria Ciência, a verdadeira Ciência e não o simulacro atrevido que tantos BRs aplaudem, ajude a compreender os atributos divinos e a estrutura geral das relações entre Matéria, Consciência, Alma e Espírito. Talvez o mistério perca a negritude e se transforme em luminoso horizonte.

Nota:

Para mais informação sobre o ateísmo militante, pesquisar, por exemplo, Richard Dawkins e Christopher Hitchens os quais, essencialmente, repetem a argumentação de Bertrand Russel.

A série (legendada) A Igreja Católica Construtora da Civilização de Thomas Woods Jr. (disponível no You Tube) desmonta o mito de uma Igreja inimiga do progresso moral e material.